segunda-feira, 28 de março de 2016

Concentus Pizzato Gran Reserva Tinto 2010


Provado no evento Revista Adega/Ibravin - Vinhos do Brasil, na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos, SP.

A Pizzato é já uma casa de referência no panorama vínico brasileiro. Fundada em 1999, o seu foco em qualidade resultou em um rápido estabelecimento da marca, tanto aqui como no exterior.

O Concentus Grande Reserva é o tinto topo de gama da casa, vindo da D.O. Vale dos Vinhedos. Corte das bordalesas Merlot e Cabernet Sauvignon com a já quase brasileira/uruguaia Tannat, mostra um perfil bastante novo mundo, muito doce no nariz, com baunilha, chocolate, geléia de frutas vermelhas e alguma coisinha vegetal trazendo complexidade. Na boca é encorpado, concentrado, com uma enorme estrutura de taninos maduros e acidez correta.

Ainda muito novo e carregado na doçura, pode ser que esse rótulo ganhe em elegância com o tempo. Desde já, porém, é um ótimo vinho, e está pronto para quem gosta de um estilo mais blockbuster.


Avaliação Vinhozin: 91 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 110 reais.


Vale a pena? É possível conseguir vinhos nacionais melhores por menos dinheiro, mas ainda assim vale quando comparado aos estrangeiros.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Czarnobay Alto das Figueiras Touriga Nacional 2013


Provado no evento Revista Adega/Ibravin - Vinhos do Brasil, na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos, SP.

É árdua a tarefa de provarmos mais vinhos do Sul do Brasil aqui em São Paulo. Não conhecíamos essa vinícola, por exemplo; foi fundada em 2012, e, conversando com o criador desses vinhos, Antônio Czarnobay, ele nos disse que não tem representante comercial aqui no Estado. Pelo amor de Baco, alguém o arranje um representante.

Esse monovarietal de Touriga Nacional é um arraso. Ainda não lançado no mercado (por isso a foto "computadorizada"), a juventude é nítida na cor púrpura densa da Touriga. Muito floral, numa coisa meio Dão, traz também balas de framboesa, mato molhado e pimenta em um conjunto complexo e profundo. O vinho tem corpo médio, taninos fáceis e uma boa estrutura, mas o que chama atenção é a acidez fantástica, de dar água na boca, trazendo a ele uma aptidão gastronômica ímpar.

Está em condições perfeitas de ser aproveitado, mas essa acidez ainda leva o vinho longe. Curioso para abrir uma garrafa em 10 anos!


Avaliação Vinhozin: 92 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 60 reais.


Vale a pena? Vale a pena ao ponto de ir para o Sul só para trazer o carro cheio de caixas.

sábado, 19 de março de 2016

Maximo Boschi Reserva Merlot 2006



Provado no evento Revista Adega/Ibravin - Vinhos do Brasil, na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos, SP.

A Maximo Boschi é uma referência em vinhos brasileiros. Fruto do trabalho de Daniel Dalla Valle e Renato Savaris, o compromisso com a qualidade e com o perfil de vinhos que almejam produzir é ímpar quando olhamos em escala nacional, ou até mesmo mundial. Afinal, quantos produtores no mundo ainda esperam uma década para lançar um vinho, estagiando o produto em garrafa em suas próprias adegas durante todo esse tempo?

Esse é o caso desse monovarietal de Merlot. Lançado no ano passado, foi provado com 10 anos da data da colheita, e, de forma impressionante, não está nem um pouco pronto. Este é dos grandes e os grandes requerem tempo. De um lindo púrpura vivo, o vinho ataca com ameixas, chocolate e defumados. Com algum tempo em taça, algumas notas de frutas vermelhas mais maduras vão aparecendo, junto com tabaco e ervas secas, numa complexidade aromática estupenda.

Na boca os taninos são de rasgar: coisa pra daqui a 5 anos ou até mais. Numa estrutura fantástica, a acidez entra correta e monta o conjunto bem tradicional, austero e elegante. O vinho é denso, encorpado e termina muito longo.

Vinho brasileiro pra beber com 15-20 anos de vida. Espetacular.



Avaliação Vinhozin: 93 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 100 reais.


Vale a pena? Muito.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Evento da Revista Adega/Ibravin - Vinhos do Brasil


Nas próximas postagens, mostraremos os 9 vinhos brasileiros que foram escolhidos por Eduardo Milan, editor da Revista Adega, para o workshop Vinhos do Brasil, onde foram degustados alguns dos melhores exemplares presentes no Guia Adega/Vinhos do Brasil 2015/2016, à venda nas livrarias.

Os dois dias de evento foram realizados na Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos, em São Paulo. Muito bem conduzido e apresentado por Eduardo e sua equipe, foi ótimo ver os vinhos brasileiros ganhando a atenção e a projeção que eles merecem. Este é um anseio desse blog, que tenta sempre mostrar a qualidade do vinho nacional, que cresce de forma exponencial.

Os agradecimentos à Revista Adega, ao Ibravin e à Livraria Cultura pela iniciativa. Vamos aos vinhos!

quinta-feira, 10 de março de 2016

Salton Virtude Chardonnay 2013


Novamente um Chardonnay gaúcho desponta aqui no blog!

Produzido pela enorme casa Salton, uma das maiores produtoras de vinhos no Brasil, esse Virtude 2013 é um monovarietal de respeito da casta borgonhesa. Amarelo-palha, lembrando os grandes Chablis, este vinho ataca com boa tipicidade, com flores brancas (plumérias), abacaxi e um pouco de maracujá e pêssego.

Na boca a acidez é fresca e incisiva, e o vinho é encorpado. A passagem por madeira foi extremamente bem-feita, não deixando nenhum rastro de doçura enjoativa, apenas uma bela untuosidade. Termina com um tracinho mineral que traz bastante elegância ao conjunto, remetendo novamente àquele caráter chablisienne.

Outro grande rótulo branco vindo das terras rio-grandenses. Ótimo vinho.


Avaliação Vinhozin: 90 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 60 reais.


Vale a pena? Muito. Não nos cansamos de afirmar: aposte nos brancos brasileiros.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Soalheiro 2014

           
Os vinhos da Soalheiro (Vinusoalleirus) são os melhores vinhos da região dos Vinhos Verdes. Para nós, autores deste blog, esse é um fato incontestável, com a devida menção honrosa a Anselmo Mendes. É difícil não se apaixonar à primeira vista por um Soalheiro.

Primeiro Alvarinho de Melgaço, terra fronteiriça entre o Minho e a Galícia espanhola, esse vinho vem fazendo história por sua qualidade e seu incrível custo-benefício desde as primeiras safras. As safras de 2012 e 2013, especialmente, alavancaram o rótulo para a categoria de cult wine pela grandeza que aparecia ali: a exuberância aromática do 2012 e a sisudez, a profundidade e a elegância mineral do 2013.

Este 2014 segue na mesma toada da casa, apesar de não ser tão grande como os anteriores. No ataque esse monovarietal de Alvarinho mostra abacaxi e pêssegos, envoltos pela característica mineral que já se torna marca registrada do rótulo (neste ano, giz) e alguma coisa floral. Na boca, é encorpado e mostra aquela acidez incisiva habitual, o que garante um bom envelhecimento e aquele frescor tão típico desse vinho.

Safra após safra, esse é quase um vinho obrigatório.


Avaliação Vinhozin: 91 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 180 reais. Importado pela Mistral.
Preço no exterior: Em torno de 10 euros na Europa e 20 dólares nos EUA.


Vale a pena? Para comprar fora, talvez não exista no mundo dos vinhos um custo-benefício melhor do que esse. Para comprar aqui, somos roubados como sempre.