sexta-feira, 29 de abril de 2016

Salton Lucia Canei Espumante Brut Rosé



Provado no evento Revista Adega/Ibravin - Vinhos do Brasil, na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos, SP.

Para o segundo vinho da Salton que provamos nesse blog, vamos de cara para um dos melhores da casa.

Lançado em 2015 para homenagear a matriarca da família, esse monovarietal de Pinot Noir que passa de 18 a 24 meses em contato com as leveduras cumpre a tarefa com esmero. De linda cor salmonada, bem provençal, e pérlage finíssima, o vinho mostra a que veio com complexidade e equilíbrio incríveis, somando notas de morango, rosas, ervas frescas, um pouco de defumado e alguma coisa animal (embutidos?). Na boca é muito fresco, aliando cremosidade e delicadeza. A mineralidade de giz, característica importante do terroir da Serra Gaúcha, é a cereja no topo do bolo do longo final.

Consegue ser melhor, por uma pequena margem, do que o Valduga 130 provado no mesmo evento. Grande vinho da noite.


Avaliação Vinhozin: 93 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 180 reais.


Vale a pena? É caro, mas vale cada centavo.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Casa Valduga 130 Espumante Brut (Degórgement 2015)


Provado no evento Revista Adega/Ibravin - Vinhos do Brasil, na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos, SP.

A Casa Valduga não necessita de apresentações. Uma das maiores e melhores vinícolas do país, conta já com mais de quatro décadas desde a fundação.

O 130 é um rótulo clássico da casa, tendo ampla disseminação através do mercado consumidor nacional. Caindo algumas vezes no passado naquela coisa madura novo-mundista, o rótulo à venda que teve o degórgement em 2015 sai completamente dessa linha.

Corte de Chardonnay e Pinot Noir, esse vinho de pérlage intensa passa 36 meses em contato com as leveduras. Muito doce e maduro no nariz, lembrando as versões anteriores, traz uma miríade de pêra, mamão, manga, banana passada e mel, numa complexidade incrível. Na boca a coisa muda: a bela acidez traz equilíbrio e coloca os pingos nos is, e as notas mais doces somam-se a licorados, láticos e a um fantástico floral. Potente e ao mesmo tempo elegante, mostra uma ótima textura e termina longo.

Esse é dos grandes. Impressionante o que a Casa Valduga consegue com essa "safra" do 130.


Avaliação Vinhozin: 92 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 115 reais.


Vale a pena? Bastante. Melhor do que a maioria dos champagnes vendidos pelo triplo do preço por aí.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Don Giovanni Espumante Nature


Provado no evento Revista Adega/Ibravin - Vinhos do Brasil, na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos, SP.

Figurinha carimbada quando se fala em espumantes brasileiros, a vinícola Don Giovanni fez parte da revolução dos vinhos brasileiros desde o começo. Sempre olhando para o futuro, é das poucas produtoras no país que oferecem uma experiência de enoturismo completa (com hotel) e uma ampla campanha de divulgação de seus produtos.

Esse Nature produzido através do método tradicional é um corte de 75% Chardonnay e 25% Pinot Noir, que passa 24 meses em contato com as leveduras. Bastante austero, traz muitas ervas, mato seco e alguma coisa de lã (brett?). Na boca é extremamente mineral, mostrando tanto aquela salinidade característica de Pinto Bandeira como traços de giz. O bom corpo é embalado por uma acidez fantástica, daquelas que te proporcionam a oportunidade de guardar o vinho por bons anos.

De perfil bastante clássico, este é daqueles que pedem comida (e das boas!).


Avaliação Vinhozin: 91 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 80 reais.


Vale a pena? É quase uma pechincha.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Aurora Pinto Bandeira Espumante Método Tradicional Extra Brut


Provado no evento Revista Adega/Ibravin - Vinhos do Brasil, na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos, SP.

Voltamos à Aurora, casa da qual somos fãs.

Primeiro rótulo produzido através do método tradicional desde 2002 pela cooperativa, esse corte de 60% Pinot Noir, 30% Chardonnay e 10% Riesling Itálico passa 24 meses em contato com as leveduras. Com boa mas não muito fina pérlage, o vinho compensa com uma ótima complexidade no olfato, com aquelas notas clássicas de pão, brioche e bolacha adicionadas a alguma coisa herbal e lática. Na boca é bastante mineral, tem ótima acidez e termina com um caráter cítrico.

Grande vinho, com capacidade de evoluir por muitos anos à frente.



Avaliação Vinhozin: 91 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 90 reais.


Vale a pena? Bastante.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Giuseppe Garibaldi Espumante Extra Brut



Provado no evento Revista Adega/Ibravin - Vinhos do Brasil, na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos, SP.

Passemos agora aos espumantes, estrelas maiores do universo dos vinhos brasileiros.

Esse Giuseppe Garibaldi é o topo de gama da Cooperativa Garibaldi, uma das maiores e mais antigas do país. Produzido pelo método Charmat longo, este corte de 85% Chardonnay e 15% Pinot Noir mostra uma ótima pérlage. No nariz, o vinho ataca com pêras, camélias brancas, baunilha e um pouco de pão tostado e abacaxi, tudo num conjunto bastante interessante. Na boca é doce, maduro, com ótima cremosidade e boa acidez.

Ótimo extra brut; um Charmat seríssimo que vai muito bem à mesa.



Avaliação Vinhozin: 89 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 45 reais.


Vale a pena? Ótimo custo-benefício.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Monte Paschoal Dedicato Tannat 2013


Provado no evento Revista Adega/Ibravin - Vinhos do Brasil, na Livraria Cultura do Shopping Villa Lobos, SP.

Como brincamos na última postagem, a Tannat já é uma uva quase brasileira. Devido à sua adaptação ao Sul do Brasil e ao tamanho do mercado produtor brasileiro (que ofusca o Uruguaio), muito provavelmente em alguns anos a Tannat vai ser para o Brasil como a Malbec é para a Argentina. À parte de todos os problemas da "commoditização" do vinho, não deixa de ser um bom negócio para o país vender sua primeira impressão. Depois, pode-se pensar em terroir, e isso no Brasil é muito nítido, em termos gerais, pela manifestação maior que é a nossa acidez.

Esse Monte Paschoal Dedicato Tannat não é uma commodity. Sério, sisudo, e ainda bem fechado, mostra ótima tipicidade, com madeira velha, tabaco, cassis e amoras no nariz, num conjunto bastante velho mundista. Na boca é denso, tem uma boa estrutura tânica, bom corpo, e, lá vem ela, que acidez! Fantástica, coloca o vinho todo numa moldura e te entrega para seu completo aproveitamento.

Tannat de verdade, de terroir. Que ótimo futuro vinícola nós temos.



Avaliação Vinhozin: 91 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 80 reais.


Vale a pena? Bastante.