terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Luiz Porto Dom de Minas Syrah 2012




Vinhozin. Toda a informalidade desse nome combinou perfeitamente com tudo o que a gente queria fazer aqui, uma abordagem sem frescura do mundo dos vinhos. Nada mais vinhozin do que tomar um vinho mineiro. Vinho mineiro?!

Meu avô é mineiro. Logo antes de começarmos o blog, eu e a Ge levamos ele para lá, para ver a família e dar uma volta. Já há uns bons 3 anos ouvimos falar dos vinhos que saem das zonas cafeeiras do Sul de Minas, e não voltaria de lá sem algum na mala. Foi difícil, mas em um supermercado de Juiz de Fora consegui achá-los!

A casa Luiz Porto implantou 15ha de vinha em Cordislândia, e, para lidar com todas as dificuldades do nosso clima subtropical úmido, utilizou-se de uma técnica que se espalhou por diversas regiões do Brasil (inclusive aqui em São Paulo): a dupla poda. Nessa técnica, também chamada de colheita invertida, as uvas são colhidas no inverno, quando o tempo seco e as variações diárias de temperatura permitem o bom amadurecimento da uva para a produção de vinhos finos.

Esse Syrah é impressionante. Mostra toda a tipicidade da casta do Rhône: apimentado, tânico e carnudo, o vinho mostra também frutas negras maduras e algum defumado. O grau alcoólico não descamba para aquela coisa pesada novo mundista (ele tem só 13%) e a acidez correta completa o conjunto. 

Tão bom saber que projetos tão interessantes estão saindo do papel em lugares tão inesperados. Mais um ponto para os vinhos brasileiros!

Avaliação Vinhozin: 88 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 40 reais.


Vale a pena? Muito! Ótimo custo-benefício, produto nacional, exótico por vir de uma região cafeeira e tão bom quanto qualquer Syrah com esse preço pode ser. Quer mais o quê?

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Marqués de Riscal Reserva 2008


Para o primeiro espanhol do blog, vamos de uma casa tradicionalíssima da região de Rioja: a Marqués de Riscal. Fundada em 1858, teve o primeiro vinho não francês a vencer o diploma de honra da exibição de Bordeaux, em 1895. Desde então, carrega a tradição em seus vinhos de típico caráter Rioja: fechados e delicados nos primeiros anos, são vinhos de longa guarda que mostram todo seu potencial depois de 10 ou 20 anos de garrafa, nas melhores safras.

A safra 2008 não foi grande, mas foi boa. Provamos o 2007 em outra ocasião, outra safra que não alcançou os melhores anos, mas o Riscal sobressaía: muito denso, potente e tânico, trazia de maneira muito forte aquela característica de terra que a Tempranillo impõe aos grandes Riojas.

Este 2008 tem como característica maior o frescor: muito leve, puxa para as cerejas frescas e a madeira, sem a complexidade do rótulo de 2007. De corpo médio para leve, traz uma deliciosa acidez, mas a estrutura tânica não é aquelas coisas. Pode ser que aguente mais uns 10 anos, mas não é um Rioja para guardar.


Avaliação Vinhozin: 88 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 150 reais. Importado pela Interfood.
Preço no exterior: Em torno de 15 euros na Europa e 20 dólares nos EUA.

Vale a pena? Não. Se quiser ir de Riscal, vá de uma safra melhor. Se quiser ir de outras regiões pelo mundo afora, há muitas opções melhores por menos dinheiro (ver último post, por exemplo!).

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

San Pancrazio Villa Masti Chianti 2014



Mais um da série "primeira vez no blog": desta vez, o primeiro toscano a aterrissar aqui no Vinhozin. Como não poderia deixar de ser, vamos de Chianti!

Esse exemplar de uma das mais bonitas regiões vinícolas do mundo traz tudo o que se deve esperar da casta Sangiovese na região de Chianti: leveza e ótima aptidão gastronômica. O aroma de frutas vermelhas muito frescas (cereja e alguns morangos) junta-se na boca a uma incrível acidez que enche a boca toda (impressionante para um Chianti de entrada, parecia um Riserva!). Os taninos são fáceis e, embora não permitindo grande envelhecimento, fazem com que o vinho já esteja pronto.

Ótima pedida para uma pizza!



Avaliação Vinhozin: 88 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 50 reais. Importado pela Grand Cru.
Preço no exterior: Em torno de 7 euros na Europa.

Vale a pena? Vale. Pouca diferença para os preços praticados fora e ótimo custo-benefício.