terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Luiz Porto Dom de Minas Syrah 2012




Vinhozin. Toda a informalidade desse nome combinou perfeitamente com tudo o que a gente queria fazer aqui, uma abordagem sem frescura do mundo dos vinhos. Nada mais vinhozin do que tomar um vinho mineiro. Vinho mineiro?!

Meu avô é mineiro. Logo antes de começarmos o blog, eu e a Ge levamos ele para lá, para ver a família e dar uma volta. Já há uns bons 3 anos ouvimos falar dos vinhos que saem das zonas cafeeiras do Sul de Minas, e não voltaria de lá sem algum na mala. Foi difícil, mas em um supermercado de Juiz de Fora consegui achá-los!

A casa Luiz Porto implantou 15ha de vinha em Cordislândia, e, para lidar com todas as dificuldades do nosso clima subtropical úmido, utilizou-se de uma técnica que se espalhou por diversas regiões do Brasil (inclusive aqui em São Paulo): a dupla poda. Nessa técnica, também chamada de colheita invertida, as uvas são colhidas no inverno, quando o tempo seco e as variações diárias de temperatura permitem o bom amadurecimento da uva para a produção de vinhos finos.

Esse Syrah é impressionante. Mostra toda a tipicidade da casta do Rhône: apimentado, tânico e carnudo, o vinho mostra também frutas negras maduras e algum defumado. O grau alcoólico não descamba para aquela coisa pesada novo mundista (ele tem só 13%) e a acidez correta completa o conjunto. 

Tão bom saber que projetos tão interessantes estão saindo do papel em lugares tão inesperados. Mais um ponto para os vinhos brasileiros!

Avaliação Vinhozin: 88 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 40 reais.


Vale a pena? Muito! Ótimo custo-benefício, produto nacional, exótico por vir de uma região cafeeira e tão bom quanto qualquer Syrah com esse preço pode ser. Quer mais o quê?

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Marqués de Riscal Reserva 2008


Para o primeiro espanhol do blog, vamos de uma casa tradicionalíssima da região de Rioja: a Marqués de Riscal. Fundada em 1858, teve o primeiro vinho não francês a vencer o diploma de honra da exibição de Bordeaux, em 1895. Desde então, carrega a tradição em seus vinhos de típico caráter Rioja: fechados e delicados nos primeiros anos, são vinhos de longa guarda que mostram todo seu potencial depois de 10 ou 20 anos de garrafa, nas melhores safras.

A safra 2008 não foi grande, mas foi boa. Provamos o 2007 em outra ocasião, outra safra que não alcançou os melhores anos, mas o Riscal sobressaía: muito denso, potente e tânico, trazia de maneira muito forte aquela característica de terra que a Tempranillo impõe aos grandes Riojas.

Este 2008 tem como característica maior o frescor: muito leve, puxa para as cerejas frescas e a madeira, sem a complexidade do rótulo de 2007. De corpo médio para leve, traz uma deliciosa acidez, mas a estrutura tânica não é aquelas coisas. Pode ser que aguente mais uns 10 anos, mas não é um Rioja para guardar.


Avaliação Vinhozin: 88 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 150 reais. Importado pela Interfood.
Preço no exterior: Em torno de 15 euros na Europa e 20 dólares nos EUA.

Vale a pena? Não. Se quiser ir de Riscal, vá de uma safra melhor. Se quiser ir de outras regiões pelo mundo afora, há muitas opções melhores por menos dinheiro (ver último post, por exemplo!).

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

San Pancrazio Villa Masti Chianti 2014



Mais um da série "primeira vez no blog": desta vez, o primeiro toscano a aterrissar aqui no Vinhozin. Como não poderia deixar de ser, vamos de Chianti!

Esse exemplar de uma das mais bonitas regiões vinícolas do mundo traz tudo o que se deve esperar da casta Sangiovese na região de Chianti: leveza e ótima aptidão gastronômica. O aroma de frutas vermelhas muito frescas (cereja e alguns morangos) junta-se na boca a uma incrível acidez que enche a boca toda (impressionante para um Chianti de entrada, parecia um Riserva!). Os taninos são fáceis e, embora não permitindo grande envelhecimento, fazem com que o vinho já esteja pronto.

Ótima pedida para uma pizza!



Avaliação Vinhozin: 88 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 50 reais. Importado pela Grand Cru.
Preço no exterior: Em torno de 7 euros na Europa.

Vale a pena? Vale. Pouca diferença para os preços praticados fora e ótimo custo-benefício.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Miolo Reserva Chardonnay 2012



Finalmente um vinho brasileiro no blog! Já estava ficando feio. Prometemos mais conterrâneos daqui pra frente, já que estão cada vez melhores.

2012 foi um ano quase perfeito para os vinhos gaúchos: o clima propício à vinha somado aos avanços tecnológicos recentes geraram exemplares concentrados, complexos e intensos. Esse Miolo Reserva é um monovarietal de Chardonnay que mostra bem a tipicidade da casta: amarelo-dourado, no aroma traz flores brancas (véu de noiva), alguma pêra e um pouco do doce da madeira (uma parcela do vinho foi submetida à fermentação em barrica). Leve, seus 13% de álcool ajudam no conjunto elegante, finalizado com uma boa acidez.

Bela escolha nacional. Essa linha Miolo Reserva, no geral, tem um ótimo custo-benefício.



Avaliação Vinhozin: 87 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 40 reais.


Vale a pena? Bastante! Melhor que a maioria dos importados de mesmo preço.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

José Maria da Fonseca Colecção Privada Moscatel Roxo Rosé 2013



Mais um José Maria da Fonseca para o blog, desse vez um setubalense com uma casta "da gema".

O moscatel roxo é uma das castas mais nobres do planeta: rica e concentrada, faz os melhores lotes dos grandes moscatéis de Setúbal. Caída em desuso em meados do século passado, foi reabilitada por Fernando Soares Franco, grande nome do vinho português e criador da Coleção Ampelográfica da Quinta de Camarate, base enológica para quase tudo o que foi feito posteriormente no sul de Portugal.

Domingo Soares Franco, filho de Fernando e atual enólogo da casa, extrapolou o uso do Moscatel Roxo para vinhos não-fortificados, como esse rosé de 2013. De linda cor salmonada, lembrando os rosés da Provence, o vinho é muito fresco, com frutas tropicais, flores e algumas notas cítricas. Muito leve (tem apenas 12,5% de álcool), mostra uma acidez envolvente e incisiva.

Bela pedida para pratos mais leves e uma boa piscina!



Avaliação Vinhozin: 89 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 50 reais. Importado pela Wine.com.br.
Preço no exterior: Em torno de 10 euros.

Vale a pena? Bastante! Ainda mais quando vemos que o preço aqui é praticamente igual ao praticado fora, algo fora de cogitação no Brasil.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Pelissero Piani Barbera D'Alba 2011


Para o primeiro piemontês do blog, fomos de Barbera, já chamada por Luca Carrado Vietti de "a uva oficial italiana para a mesa". Casta de entrada dos vinhos dessa região, se é que existe uma casta de entrada, ela é a irmã menor da Nebbiolo, trazendo muitas de suas características (acidez e concentração, por exemplo), mas com mais afabilidade, pelo menos no curto prazo.

Esse Pelissero Piani 2011 é um Barbera D'Alba (não confundir com os Barbera D'Asti, mais potentes e frutados) que traz toda a tipicidade da casta. Muito elegante, mostra amoras e algum floral no olfato, tudo em um caráter de bastante frescura. Na boca tem pouco corpo, é sedoso e estruturado. A acidez sobressai de forma bastante incisiva, como em todo bom Barbera.

Gastronômico e fácil, é uma ótima pedida para acompanhar qualquer tipo de charcutaria.



Avaliação Vinhozin: 90 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 190 reais. Importado pela Vinho&Ponto.
Preço no exterior: Em torno de 15 euros na Europa e 20 dólares nos EUA.

Vale a pena? Fora, tem um ótimo preço. Aqui, é possível encontrar Barberas mais baratos, mas nada que salve o bolso.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Angelica Zapata Malbec Alta 2010



Já estávamos com saudades dos Andes! Mais um vinho da Catena Zapata, que, como já mencionamos, é para nós o maior nome do vinho argentino. Esperamos sempre muita qualidade vindo desta bodega, mas dessa vez a surpresa foi mesmo muito positiva.


Feito especificamente para o mercado argentino, mas com grande disseminação no Brasil e no resto da América Latina, os rótulos Angelica Zapata são monovarietais de altitude. De acordo com o site da vinícola, "a Bodega Catena Zapata foi pioneira na descoberta da altitude ideal para cada varietal em particular" e "anos de pesquisa levaram à identificação do terroir ideal que ofereceria a maior concentração de aromas e sabores".

Esse Malbec da safra de 2010 é impressionante. De perfil bordalês, impressiona de cara com a sua cor violeta brilhante, a incrível força das frutas vermelhas e ameixas, a baunilha muito bem colocada e as especiarias (cravo e pimenta preta). Na boca é suculento, carnudo, muito concentrado e ao mesmo tempo fresco e elegante, com uma acidez invejável. Termina bastante longo. Tem estrutura para o longo prazo mas está pronto para ser bebido agora.

Vinho impressionante: é muito difícil achar tanta qualidade por menos de 250 reais. Não esperávamos um custo-benefício tão bom!



Avaliação Vinhozin: 94 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: A safra 2011 é vendida por 240 reais. Importado pela Mistral.
Preço no exterior: Em torno de 40 dólares no Panamá/Caribe (onde compramos) e 50 dólares na Argentina.

Vale a pena? Muito!

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Esporão Private Selection Branco 2013



Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

Ainda na Herdade do Esporão, provamos o Esporão Private Selection Branco de 2013.

Monovarietal de Sémillon, bastante seco e incisivo, este é um belo exemplar da casta. No ataque traz peras, maçãs e alguma mineralidade. Na boca não tem muito corpo, mas isso ajuda no conjunto geral de elegância e frescura.

Esse é daqueles projetos de vinificação em branco que dão certo em regiões quentes; não é grande, mas é um belo vinho.



Avaliação Vinhozin: 90 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 180 reais. Importado pela Qualimpor.
Preço no exterior: Em torno de 20 euros em Portugal.

Vale a pena? Não. Por menos compram-se brancos melhores de inúmeras regiões do mundo.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Esporão Duas Castas Branco 2013


Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

A Herdade do Esporão foi a penúltima grande casa alentejana que "visitamos" no encontro. Produtor tradicional, com larga presença no mercado brasileiro, tem tintos que aliam grande qualidade a preços justos. Este branco, porém, foi uma decepção. 

Já é sabido que não se fazem grandes brancos em terras quentes; existem muitas iniciativas de produtores que conseguem um bom resultado em terras alentejanas, mas no geral, não passa disso. Esse Duas Castas Branco 2013 mostra todos os problemas que o clima impõe aos vinhos brancos se todos os cuidados não forem tomados: tem acidez volátil, álcool sobressaindo, é desequilibrado e muito doce. Parece um Torrontez argentino mal feito. 

Dá pra beber à beira da piscina, mas não passa disso. E gele bastante!



Avaliação Vinhozin: 82 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 95 reais. Importado pela Qualimpor.
Preço no exterior: Em torno de 8 euros em Portugal.

Vale a pena? Não.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Ripanço Private Selection Tinto 2013



Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

A José Maria da Fonseca é, na nossa opinião, o maior nome quando se fala em vinhos no sul de Portugal. Além de gigante comercial, produz os maiores moscatéis do planeta na região de Setúbal, vinhos de longevidade e complexidade ímpares.

O Ripanço 2013 é fruto da experiência da casa no Alentejo; esse rótulo é marcante por usar a técnica homônima de desengace, que previne a extração de taninos mais duros, fazendo o vinho ficar mais fácil e pronto para beber. Composto por Syrah, Aragonês e Alicante Bouschet, o vinho mostra um perfil bastante sério, com frutas vermelhas frescas, canela e uma madeira mais austera, algo como cedro (vale lembrar que o vinho não passa por barricas novas). Na boca é potente, tem taninos finos e acidez viva.

Uma das melhores surpresas do encontro! 



Avaliação Vinhozin: 91 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 90 reais. Importado pela Decanter.
Preço no exterior: Em torno de 6 euros em Portugal.

Vale a pena? Vale. Bom custo-benefício aqui, ótimo fora.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Mouchão Licoroso 2009



Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

Último vinho da Herdade do Mouchão que provamos, esse Licoroso é um dos dois vinhos fortificados que a casa produz.

Feito com Alicante Bouschet, esse rótulo tem um caráter único. Extremamente doce, puxando para balas de côco, amêndoas confeitadas, ameixa seca e baunilha, parece uma batida de aniversário, mas com uma complexidade muito grande! Bastante concentrado e estruturado, com bom final, peca só por não mostrar uma acidez condizente com toda a doçura. Depois de uma taça foi ficando enjoativo, imagina tomar uma garrafa inteira.

Apesar da falta de harmonia, é um vinho curioso que merece ser conhecido. Uma safra mais fresca talvez mostre um grande resultado.



Avaliação Vinhozin: 90 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 160 reais. Importado pela Adega Alentejana.
Preço no exterior: Em torno de 20 euros em Portugal.

Vale a pena? Tem um preço satisfatório tanto aqui como fora, se você tiver interesse em provar esse rótulo um tanto quanto exótico.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Ponte das Canas Tinto 2010


Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

Ainda no Mouchão, esse Ponte das Canas é o tinto de gama média da vinícola.

Composto por Touriga Nacional, Touriga Franca, Syrah e Alicante Bouschet, apresenta um ataque muito austero, com bastante tabaco, couro, alcatrão e algum mentolado, diferente de tudo o que vimos no encontro (só não é mais austero que o Conde D'Ervideira Private Selection). Na boca, porém, ele se abre e mostra um lado muito doce, com cranberries maduras, taninos redondos e uma boa acidez fechando o conjunto.

Grande vinho. Consegue ser sério e fácil, ao mesmo tempo.



Avaliação Vinhozin: 92 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 200 reais. Importado pela Adega Alentejana.
Preço no exterior: Em torno de 15 euros em Portugal.

Vale a pena? Aqui é caro, mas o preço não é muito maior do que normalmente é pedido para um vinho desse nível. Fora, é quase uma compra obrigatória.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Dom Rafael Tinto 2012





Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

Estamos agora na Herdade do Mouchão. Tradicional casa da região e uma das que carregaram por mais tempo o jeito alentejano de se fazer vinho, possui lendas em sua gama, como seu Tonel 3-4, um dos ícones alentejanos e maior expressão mundial da Alicante Bouschet.

Esse Dom Rafael é o rótulo de entrada da casa. Composto por Trincadeira, Aragonez e Alicante Bouschet, apresenta um nariz um pouco tímido mas de caráter moderno, puxando para a fruta madura, com bala de framboesa e alguma cereja. Na boca tem boa acidez e taninos rústicos, carrascões, apesar de não ter grande estrutura.

Bom vinho para o dia a dia.



Avaliação Vinhozin: 88 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 70 reais. Importado pela Adega Alentejana.
Preço no exterior: Em torno de 9 euros em Portugal.

Vale a pena? É carinho. Há opções de mesmo nível por menos dinheiro.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Cartuxa Colheita 2012




Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

O Cartuxa é um dos vinhos mais tradicionais do Alentejo. Feito pela mesma Fundação Eugênio de Almeida que faz o Pêra-Manca, ícone regional, esse vinho tem tradição nessa terra de produção vinícola ao mesmo tempo tão nova e tão velha.

Composto por Aragonez, Periquita, Alfrocheiro, Moreto, Tinta Caiada e Trincadeira, esse rótulo de 2012 mostra um perfil bastante doce, de geléia de cerejas, madeira e especiarias, com algo apimentado que não vimos em nenhum outro vinho do encontro. Na boca ele chega a ser carrascão, de taninos bem rústicos, mas isso ajuda o vinho a não se tornar cansativo e garante um bom futuro pela frente. Concentrado, ele termina surpreendentemente longo para um vinho dessa gama.  

Tradicional e moderno ao mesmo tempo, o Cartuxa é sempre uma aposta garantida.



Avaliação Vinhozin: 91 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 130 reais. Importado pela Adega Alentejana.
Preço no exterior: Em torno de 15 euros em Portugal e 20 dólares nos EUA.

Vale a pena? Vale. É caro, mas entrega o que promete.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

.com Tinto 2012



Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

O rótulo .com faz parte da gama de vinhos de Tiago Cabaço no Alentejo, um dos produtores "modernos" da região, que opta pelo estilo mais acessível e novo-mundista nos vinhos.

Composto por Touriga Nacional, Aragonez e Trincadeira, esse rótulo de 2012 mostra muitas frutas vermelhas maduras e geléia. O vinho é bastante encorpado, apesar de não ter grande estrutura tânica, e tem uma boa acidez que traz harmonia ao conjunto. A falta de madeira no vinho não traz prejuízos; aliás, contribui para manter o vinho elegante e leve.  

Bela pedida e bom custo-benefício!  



Avaliação Vinhozin: 89 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 70 reais. Importado pela Adega Alentejana.
Preço no exterior: Em torno de 5 euros em Portugal.

Vale a pena? Vale. É uma boa compra aqui, e uma ótima compra fora!

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Vinha do Mouro Tinto 2011



Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

Para fechar nossa passagem pela Quinta do Mouro, falemos agora do rótulo de entrada, o Vinha do Mouro.

Na safra de 2011, ele é composto por 45% Trincadeira, 30% Aragonez, 15% Alicante Bouschet e 10% Cabernet Sauvignon. O ataque é bem austero, puxando bastante para a madeira velha e algumas notas vegetais. Na boca, porém, mostra um estilo bastante doce, de fruta em compota e baunilha, com boa estrutura mas uma acidez um pouco abaixo da desejável. Depois de um tempo fica um pouco pesado, mas nada que atrapalhe a experiência.  

Para um rótulo de entrada, o vinho é muito bom. Boa pedida para um dia mais frio. 



Avaliação Vinhozin: 88 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 95 reais. Importado pela Épice.
Preço no exterior: Em torno de 6 euros em Portugal.

Vale a pena? Aqui, é absurdo. Fora, é uma boa compra.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Quinta do Mouro 2007



Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

Continuamos na Quinta do Mouro, para falar agora do Quinta do Mouro 2007. Na hierarquia de rótulos dessa vinícola alentejana, este tinto só está abaixo do "Rótulo Dourado". Nesta safra, só para termos uma idéia do que vamos encontrar pela frente, ele recebeu 94 pontos de Robert Parker e 17,5 pontos de Jancis Robinson.

Composto por 45% Aragonez, 30% Alicante Bouschet, 15% Touriga Nacional e 10% Cabernet Sauvignon, esse é verdadeiramente um bordalês ibérico, um "superalentejano" feito com castas portuguesas. Muito elegante, vinoso e suculento, o vinho ainda está fechado, mas já mostra um grande foco nas notas florais, de mato seco e de frutas negras (mirtilos), além de algumas ervas e cedro no meio disso tudo. A estrutura tânica é massiva, muito presente, mas composta por taninos finíssimos. Na boca ele se mostra um pouco licorado, e a fresca acidez fecha a conta. O final é muito longo, daqueles ficam com você por um belo tempo...

Melhor vinho do encontro, superando em pequena margem o Conde D'Ervideira Private Selection ( apesar da pontuação ser a mesma). Grande vinho hoje, mas promete ainda mais para o futuro.



Avaliação Vinhozin: 93 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 325 reais. Importado pela Épice.
Preço no exterior: Em torno de 25 euros em Portugal e 40 dólares nos EUA.

Vale a pena? Aqui, é muito caro: o vinho é muito bom, mas 325 reais compram uns grandes chilenos e argentinos. Fora, é uma compra obrigatória.

Casa dos Zagalos Reserva Tinto 2010



Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

A Quinta do Mouro é, para nós do blog, o produtor dos maiores vinhos do Alentejo: o seu "Rótulo Dourado" é um portento de estilo bordalês, maior tinto do sul de Portugal. A qualidade que Miguel Louro e equipe imprimem, porém, perpassa todos os rótulos. 

Esse Casa dos Zagalos é, segundo o próprio site da Quinta do Mouro, um vinho que tem a mesma filosofia dos seus dois "irmãos maiores", os topos de gama da vinícola, mas busca um público mais abrangente. 

Composto por 50% Trincadeira, 30% Aragonês, 10% Alicante Bouschet e 10% Cabernet Sauvignon, o vinho é estruturado, mostrando taninos presentes mas macios. Frutas vermelhas frescas e algum defumado marcam a prova, tudo em um conjunto de leve austeridade, própria da concepção do vinho: sério, mas fácil. O final é bastante longo, só perdendo, em todo o encontro, para o "irmão maior" Quinta do Mouro 2007, que publicaremos a seguir.

Aguenta muito tempo de garrafa pela frente, apesar de estar pronto para beber agora. 



Avaliação Vinhozin: 91 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 150 reais. Importado pela Épice.
Preço no exterior: Em torno de 13 euros em Portugal.

Vale a pena? Aqui é caro, mas é uma boa experiência. Fora, é uma ótima escolha.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Herdade do Peso Colheita Tinto 2012





Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

Mais um vinho do encontro alentejano em São Paulo, desta vez da representante da Sogrape na região. Este colheita é o rótulo de entrada da produtora.

Composto por Aragonez, Alicante Bouschet e Syrah, o vinho é bastante moderno, de taninos macios mas presentes, foca bastante nas frutas negras maduras, doces e suculentas. A acidez traz certo frescor ao vinho, porém o álcool quente demais tira um pouco da graça da fruta.

Talvez o vinho precise de algum tempo. Apesar disso, é uma boa pedida para uma situação mais descompromissada.



Avaliação Vinhozin: 88 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 130 reais. Importado pela Zahil.
Preço no exterior: Em torno de 7 euros em Portugal.

Vale a pena? No Brasil, não! O preço é absurdo. Fora, tem um custo-benefício razoável.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Herdade de São Miguel Touriga Nacional 2010




Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

A Touriga Nacional é a grande uva portuguesa. Quando entra no corte com as suas conhecidas Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Roriz e Tinta Barroca, constrói um dos maiores monumentos do mundo do vinho, o Porto Vintage. Porém, ela não é uma casta fácil de ser trabalhada em monovarietais (já comentamos isso aqui quando provamos o Quinta do Vallado Touriga Nacional 2012), facilmente descambando para vinhos sem corpo, de taninos duros e de um ataque aromático incompatível com a acidez que possa trazer. 

No Alentejo, essa casta não tem nem tradição. Além de todos os problemas apontados acima, ela não é muito amiga do clima da região. Não foi então para nossa surpresa que um dos melhores vinhos (e de melhor custo-benefício) do encontro alentejano fosse um monovarietal de Touriga? 

De caráter muito moderno, corpo médio mas excelente estrutura tânica, polida e fina, esse Herdade de São Miguel traz todas aquelas notas florais tão típicas envoltas por notas muito doces de bala de morango e algum leve defumado da madeira, com a cheia acidez trazendo equilíbrio ao conjunto. Se não fosse pelo corpo, muita gente confundiria este vinho com um Malbec da Patagônia, tal a combinação de doçura e elegância.

Impressionante monovarietal de Touriga, ainda mais pelo fato de não ter vindo do Dão/Douro.



Avaliação Vinhozin: 92 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 150 reais. Importado pela Cantu.
Preço no exterior: Em torno de 10 euros em Portugal.

Vale a pena? Já vale aqui no Brasil. Fora, é uma pechincha.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Conde D'Ervideira Private Selection Tinto 2011



Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

Continuando com a Ervideira, trazemos agora o topo de gama da vinícola.

Este Private Selection tinto de 2011 é um dos grandes vinhos alentejanos. Composto por Aragonez, Trincadeira e Alicante Bouschet, já mostra desde a escolha das castas a preferência pelo resgate das raízes, não incorporando nenhuma casta que não seja tradicionalmente associada à região.

Ainda um pouco fechado, o vinho vai mostrando uma grande complexidade com o tempo em taça: florais, defumados, couro e fruta preta fresca. Taninos finíssimos e uma acidez bem feita fecham esse conjunto austero, sério e estruturado, construído para durar. 

Um dos melhores do encontro!



Avaliação Vinhozin: 93 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 320 reais. Importado pelas Caves Santa Cruz.
Preço no exterior: Em torno de 30 euros em Portugal.

Vale a pena? É bastante caro, apesar de sua qualidade. Comparando com os vinhos apresentados no encontro, está na mesma faixa de um Quinta do Mouro, o que parece razoável, mas se pensarmos que por bem menos compramos um Angelica Zapata, por exemplo, a coisa complica! Para comprar fora, é uma boa pedida.

Conde D'Ervideira Reserva Tinto 2011



Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

A Ervideira é uma produtora interessante. Pouco conhecida aqui no Brasil (esperamos que isso mude), ela produz vinhos de estilo velho mundo na região de perfil mais moderno em Portugal, o Alentejo, fruto de décadas de embargo Salazarista à produção de vinhos naquela terra, que acabou por ficar algo carente em tradição vitivinícola.

Este Conde D'Ervideira Reserva tinto não foge à regra. Vinoso, de taninos marcantes mas redondos, este corte de Trincadeira, Aragonez, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet mostra couro e frutas negras muito frescas (principalmente amoras), distanciando-se do que em geral vimos no encontro dos "Vinhos do Alentejo": vinhos que, apesar de suportados por uma acidez refrescante, tendiam sempre para uma fruta mais madura e doce, aspecto natural quando pensamos em uma região tão quente.

Belo vinho, com muita aptidão gastronômica.



Avaliação Vinhozin: 91 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 160 reais. Importado pelas Caves Santa Cruz.
Preço no exterior: Em torno de 15 euros em Portugal e 25 dólares nos EUA.

Vale a pena? É caro, mas é um pouco difícil achar vinhos nesse estilo velho mundo por menos dinheiro.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Dona Maria Colheita Tinto 2012



Encontro Anual "Vinhos do Alentejo"- Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015.

O Dona Maria Colheita é o tinto de entrada dessa casa alentejana, sediada em um dos mais belos palácios da região de Estremoz. Relativamente nova no mercado, apesar de já se fazer vinhos de qualidade naquele lugar há mais de um século, essa produtora já é reconhecida como uma referência em todo o Alentejo.

Este rótulo, composto por 50% Aragonez, 20% Cabernet Sauvignon, 15% Alicante Bouschet e 15% Syrah, é focado nas frutas vermelhas maduras, principalmente morangos, enquanto a madeira bem integrada também traz especiarias levemente doces ao conjunto. A harmonia geral do vinho, porém, é algo prejudicada pela elevada acidez volátil. Os taninos são bem presentes mas polidos, trazendo robustez e austeridade ao vinho.

Belo rótulo de entrada, mas talvez precise de um pouco de tempo.


Avaliação Vinhozin: 89 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 120 reais. Importado pela Decanter.
Preço no exterior: Em torno de 8 euros em Portugal.

Vale a pena? Aqui é absurdamente caro para o que oferece. Em Portugal, paga-se um bom preço por este bom alentejano.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Encontro Anual "Vinhos do Alentejo" - Intercontinental São Paulo, 10.Set.2015



Muito boa a última edição do encontro anual dos "Vinhos do Alentejo", que ocorreu ontem no Hotel Intercontinental, em São Paulo, tendo já passado pelo Rio de Janeiro e aterrissando em Curitiba na segunda-feira. Promovida pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, com a presença dos mais importantes produtores da região (ver lista abaixo), o encontro trouxe um grande panorama do que se faz de melhor nessa região.

Lista de produtores que compareceram a esta edição:

Adega Cooperativa de Portalegre
Adega de Borba           
Adega do Monte Branco
Cartuxa – Fundação Eugénio de Almeida
Casa Santa Vitória
Cortes de Cima
Dona Maria – Júlio Bastos
Encostas de Alqueva
Enoforum / CARMIM Group
Ervideira
Esporão
Herdade do Gamito
Herdade do Peso
Herdade dos Coelheiros
Herdade dos Cotéis
Herdade Outeiro São Romão
Herdade São Miguel
José Maria da Fonseca
Mingorra – Henrique Uva
Monte da Ravasqueira
Monte do Pintor
Monte dos Cabaços, Lda.
Mouchão
Paulo Laureano Vinus
Pêra-Grave
Quinta do Mouro
Roquevale
Tapada do Fidalgo
Tiago Cabaço



Os produtores compareceram em peso e foram recompensados pela grande afluência de gente do mercado, enófilos e pessoal da mídia. O público foi tão grande que importantes stands, como o da José Maria da Fonseca, ficaram sem vinho já por volta das 19h! O espaço, porém, foi adequado para a quantidade de pessoas presentes, e a disposição dos stands impediu grandes aglomerações.

No geral, é de se louvar a presença de todas as grandes referências da região, além dos produtores "emergentes". Importante também destacar, e parabenizar, a disponibilidade de rótulos de alta gama, coisa muito difícil de se achar em eventos gratuitos como este, com uma digníssima exceção, o Mouchão. O fato de ele não estar presente em um encontro que também dispunha do já clássico Quinta do Mouro é de se estranhar, mas "os ausentes nunca têm razão".

Quanto à qualidade do produto que estávamos ali provando, fica claro a evolução crescente dos vinhos tintos alentejanos. Tradicionalmente focados na fruta madura e nos taninos rústicos, os vinhos vêm ganhando elegância através dos anos: foi muito difícil ontem encontrar vinhos que descambassem para a doçura excessiva ou sobre-extração. Embora, sim, na maior parte dos casos, todos os vinhos tivessem um perfil moderno, vimos um frescor que trouxe elegância e aptidão gastronômica para os vinhos. Já para os brancos, ainda precisamos de uma amostra mais convincente da capacidade da região para os produzir com grandeza.

Parabéns aos organizadores, foi um grande evento. A seguir, publicaremos as nossas avaliações sobre alguns vinhos provados.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Concha y Toro Serie Riberas Gran Reserva Cabernet Sauvignon 2013



O grande problema dos vinhos novo-mundistas, na pior concepção da palavra, é a falta de frescor. É óbvio que os vinhos de média e alta gama dos países que entram nessa categoria dificilmente cometem esse pecado, mas o defeito é sim muito perceptível nos vinhos de entrada e ainda um pouco acima. 

A Concha y Toro, maior produtora do Chile, tanto em volume (fato) quanto em qualidade (opinião), tem inúmeros rótulos no seu catálogo, desde os mais simples até os enormes Don Melchor e Almaviva. Dentre os rótulos de entrada, essa característica de pouca acidez é bem perceptível; o Casillero chega a cansar.

Com a série Riberas, a produtora tenta, ainda em seus vinhos de entrada (apesar desse ser apenas um rótulo abaixo do Marqués de Casa Concha, ainda tem muita coisa acima!), imprimir elegância a uma série de vinhos com a utilização de vinhedos à beira de rios, em uma bela estratégia de marketing que rende bons frutos no que interessa: a bebida.

Este rótulo, da Ribera del Tinguirica, mostra só a Cabernet Sauvigon no rótulo mas também têm uns poucos 10% de Carmenére. Macio nos taninos e concentrado, ele mostra bem a tipicidade da casta, com cedro e couro. As frutas vermelhas caem naquele perfil novo-mundo de doçura, percebendo-se amoras e cranberries maduras ou em calda, mas eis que chega a acidez! Bem construída, incisiva, torna o vinho gastronômico e elegante. Bebemos sem cansaço e com prazer.

Muito legal essa iniciativa da Concha y Toro com a Série Riberas. Nós não conhecíamos mas ficamos fãs.


Avaliação Vinhozin: 90 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 75 reais. Importado pela VCT.
Preço no exterior: Em torno de 8000 pesos chilenos no Chile e 15 dólares nos EUA.

Vale a pena? Bastante. Na sua faixa de preço, é um dos melhores Cabernets por aí.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Sandeman Porto Tawny 20 Anos



Os Porto Tawny envelhecidos são clássicas amostras do poder da idade na profundidade de um vinho. Gostar ou não do processo de envelhecimento em um vinho é um aspecto pessoal e subjetivo; o aumento na sua complexidade não é. Apresentando as características necessárias (simplificadamente, estrutura tânica e/ou acidez), um vinho sempre ganhará complexidade com a idade.

A Sandeman é uma casa clássica de Tawnies; suas caves de Gaia contêm balseiros e mais balseiros contendo a matéria primas para seus Tawnies com indicação de idade e Colheitas. E que matéria-prima! Essa casa sempre foi uma das referências para esse estilo de Vinho do Porto.

Esse Sandeman 20 Anos, engarrafado em 2013, é muito bom. De linda cor âmbar escuro, com traços avermelhados (ver imagem abaixo), ele é complexo e cheio de camadas, se mostrando a cada momento de uma maneira diferente: concentrado, ainda apresenta alguma fruta fresca, complementada por aquelas notas clássicas de nozes, pistaches e alguma amêndoa. As notas de café e caramelo também são marcantes, aliadas a uma inusitada e muito forte característica de iogurte (!), que aporta ainda mais doçura ao conjunto, contrabalanceada pela acidez cortante que preenche a boca toda. Os taninos finíssimos trazem a austeridade que todo vinho sério deve ter, e o final fica por um belo tempo.


Uma bela pedida para uma noite mais fria. Grande vinho.



Avaliação Vinhozin: 94 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Difícil de achar, mas deve girar em torno de uns 300 reais. A Sandeman é importada pela Zahil.
Preço no exterior: Em torno de 40 euros na Europa e 50 dólares nos EUA.

Vale a pena? Vale. Há Portos 20 anos ainda melhores (como o Graham´s ou o Niepoort), mas também são mais caros.

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Domaine Armand Rousseau Gevrey-Chambertin 2012



A Garrafeira Nacional do Mercado da Ribeira, em Lisboa, tem duas máquinas Enomatic que são um sonho. Ali encontram-se moscatéis antigos, portos vintage, borgonheses e bordaleses para acompanhar as belas pedidas dos restaurantes ao lado.

A Borgonha está muito bem representada por um de seus grandes (e olha que para ser grande na Borgonha não é para qualquer um), o Domaine Armand Rousseau, tradicionalíssimo produtor da região, detentor de 14 ha de vinhas em Gevrey-Chambertin, sendo mais da metade delas Grand Cru, uma boa parcela de Premier Cru e o resto destinado à produção do nosso rótulo de hoje, o vinho de entrada do Domaine, o Grevrey-Chambertin Villages.

A safra de 2012 foi uma safra difícil, de vários problemas climáticos que levaram a pequenas produções. Quando falamos de um produtor tradicional, porém, a qualidade é dificilmente afetada de modo a comprometer o vinho. Para nós, é isso que difere os grandes produtores, independentemente do país: entregar um vinho consistente, safra após safra, que reflita as características de cada ano no vinho sem que isso descambe para uma perda de personalidade ou qualidade.

Neste rótulo do Domaine, a elegância transborda por todos os lados: muito mineral e algo defumado, mostrando frutas vermelhas maduras e licoradas (característica deste terroir) amparadas por uma acidez afiada, esse Pinot Noir tem taninos presentes mas muito macios, mostrando uma estrutura que permitirá um bom envelhecimento. O final é longo, suculento e um pouco apimentado. A tipicidade grita quando falamos em Gevrey-Chambertin: está tudo ali, força e elegância, concentração e suavidade, lado a lado (e estamos falando de um vinho de entrada!). Não adianta querer achar isso em outro lado. Terroir é terroir, e a Borgonha tem vários dos melhores.

Parafraseando Beto Gerosa, "o vinho da Borgonha não é explosivo e potente como um gol, está mais próximo da beleza e da elegância do drible de um craque.". 




Avaliação Vinhozin: 93 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Muito difícil de achar! Era importado pela Magnum, e o preço, já há uns bons 5 anos, rondava os 600 reais.
Preço no exterior: Em torno de 100 euros na Europa e 150 dólares nos EUA.

Vale a pena? Os vinhos da Borgonha são caríssimos. Quando temos um produtor tradicional, as coisas pioram ainda mais. Então, é o seguinte: há vários vinhos muito melhores por menos dinheiro, mas não são Borgonha; e há vários vinhos borgonheses de mesmo nível por menos dinheiro, mas não são Rousseau. A escolha fica a cargo do comprador.

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Campolargo Rol de Coisas Antigas Tinto 2010



Na esteira de vinhos da Bairrada, agora um tinto da Campolargo.

Feito de forma tradicional a partir de um corte de várias castas - sendo algumas delas de rara utilização atualmente, como a Tinta Pinheira e o Bastardo - seu rótulo reproduz um documento antigo de técnicas de vinificação. A alma desse vinho é justamente exprimir esse caráter antigo, clássico, de se fazer vinhos, um velho mundo quase hardcore, com apego às tradições mais enraizadas e regionais da Bairrada.

O vinho já valeria pela curiosidade de se beber "às antigas", mas o resultado é realmente muito bom: fresco, elegante, vinoso, quase borgonhês nas frutas vermelhas, algumas especiarias e taninos macios. Vinho que, se parece não ter estrutura para aguentar muito tempo pela frente, apresenta uma elegância difícil de achar com tão pouco tempo de garrafa.

Dá prazer de beber, e vai bem na mesa. Bela pedida.



Avaliação Vinhozin: 91 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: 190 reais na Mistral (safra 2009).
Preço no exterior: Em torno de 10 euros em Portugal e 25 dólares nos EUA.

Vale a pena? Se for pra comprar em Portugal, é uma pechincha. Nos EUA, tem um bom preço. Aqui, é um absurdo; há vários vinhos de mesmo nível ou até melhores por menos dinheiro.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Marquês de Marialva Colheita Selecionada Branco 2013



No meio deste inverno incrivelmente quente, um branco leve para beber na praia! A Bairrada, terra da grande Baga e seus tintos "arquitetônicos", produz também grandes brancos. Dois grandes vêm à mente (Buçaco e Pai Abel), mas isso é conversa para um outro dia. Hoje, falemos do Marquês de Marialva Colheita Selecionada 2013.

A Adega de Cantanhede é uma força de vendas da região, produzindo vinhos de ótimo custo-benefício. Esse branco não foge à regra: produzido com Arinto, Bical e Maria Gomes, agrada fácil com sua acidez fresca (característica bem difícil de encontrar em rótulos brancos de entrada) e suas notas limonadas.

Belo vinho para o dia-a-dia ou para um dia de calor: correto e sem defeitos.



Avaliação Vinhozin: 86 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: 25 reais no Pastorinho da Vila Mariana, em São Paulo. Importado pela Santar.
Preço no exterior: Em torno de 2,50 euros em Portugal.

Vale a pena? Vale. Ótimo custo-benefício, melhor que a maioria de seus pares de mesmo preço.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Pedra Cancela Reserva Tinto 2011



Ainda falando de Touriga Nacional, vamos agora ao seu berço, o Dão. Região esquecida durante muitos anos, seu clima temperado e seu terreno granítico produzem vinhos elegantes e longevos, com algum caráter borgonhês.

A Pedra Cancela é uma das produtoras que veio mostrar ao público o renascimento do Dão. Esse Reserva tinto da ótima safra de 2011 mostra bem a tipicidade desse terroir. Composto por Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro, o vinho mostra um perfil marcadamente floral (pura Touriga), com algumas frutas vermelhas. Na boca os taninos sedosos aliam-se a uma acidez muito fresca e incisiva, e as notas defumadas bem integradas realçam a elegância do vinho.

Por seu caráter moderno, o vinho está perfeito para consumo agora, embora possa ainda ter uns 5 ou 10 anos de evolução.



Avaliação Vinhozin: 90 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 150 reais. Importado pela Vila de Arouca.
Preço no exterior: Em torno de 12 euros em Portugal.

Vale a pena? Se for para comprar fora, tem um ótimo preço. Aqui no Brasil há opções melhores por menos dinheiro.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Quinta do Vallado Touriga Nacional 2012




Mais um Vallado para a nossa coleção. A Touriga Nacional é uma uva caprichosa, difícil de domar em vinhos monovarietais. Essa vinícola é das poucas casas que fazem isso com primazia, mas essa garrafa, especificamente, foi uma decepção.

Temos certeza que foi uma questão de safra: já provamos o 2010 e o 2011, em outras ocasiões. O 2010 era de uma vivacidade incrível, fresco, muito floral, enquanto o 2011 era um monstro, típico representante desta que foi a maior safra no Douro em décadas.

O 2012, por sua vez, parece que se perdeu no caminho. Não mostra aquela acidez fresca das outras safras, chegando a um ponto que a madeira no vinho cansa e ele fica enjoativo. Este vinho ainda apresenta algumas boas notas de especiarias e mentolados, com algum balsâmico, mas pára por aí. Os taninos são um pouco duros, e a estrutura tânica não parece ser capaz de prover alguma boa expectativa de envelhecimento.

Vinho correto que, se não chega a agradar o quanto se esperava, também não desagrada.



Avaliação Vinhozin: 88 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 200 reais. Importado pela PPS.
Preço no exterior: Em torno de 20 euros em Portugal e 50 dólares nos EUA.

Vale a pena? Não. Por um preço menor, é possível comprar vinhos melhores, tanto fora como aqui no Brasil. Por esse mesmo preço, compra-se a safra 2011 desse rótulo, vinho muito, mas MUITO, melhor.

sábado, 18 de julho de 2015

Allegrini Palazzo Della Torre 2011



Na sua edição 108, a revista Adega trouxe uma ótima entrevista com Marilisa Allegrini, sexta geração no mundo do vinho da família Allegrini. Lá, enquanto contava sobre o presente, passado e futuro da vinícola, uma das mais respeitadas do Vêneto, mencionou o Palazzo Della Torre, e sua técnica alternativa de Ripasso. No Ripasso tradicional, as peles das uvas utilizadas no Amarone ou no Recioto são "repassadas", sofrendo uma segunda maceração, junto com o vinho Valpolicella. No caso do Palazzo, o vinho é uma mistura de uma parcela das próprias uvas que sofreram o apassimento com uvas "normais" de Valpolicella.

Nesta safra, este corte de 70% Corvina Veronese, 25% Rondinella e 5% Sangiovese mostra muito bem esse caráter vêneto dos grandes vinhos Ripasso, mas com um toque moderno. Muito frutado, puxa para as cerejas e até mesmo, acreditem se quiser, goiabas! O enfoque na fruta é talvez a maior característica desse vinho: pode parecer bobagem, mas tem muito vinho por aí que faz você esquecer que é feito de fruta. O Palazzo é vinoso, suculento, com um acidez que lhe confere frescor. A estrutura tânica é outro primor: lembra um bom borgonhês, descendo como seda.

Ótimo agora, pode ser ainda melhor em cinco ou dez anos.


Avaliação Vinhozin: 93 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 120 reais. Importado pela Inovini.
Preço no exterior: Em torno de 15 euros na Europa e 15 dólares nos EUA.

Vale a pena? Vale. Caro, mas transmite bem o terroir e a tipicidade dos vinhos do Vêneto.

terça-feira, 14 de julho de 2015

Quinta de Chocapalha Tinto 2010




Continuando na linha de velhos favoritos, esse tinto é sempre uma aposta certeira. Vinho regional de Lisboa, de propriedade da família Tavares da Silva, tem como winemaker a filha Sandra, uma das mais respeitadas pessoas do vinho em Portugal, co-criadora do Pintas, tinto duriense apontado por Matt Kramer como um potencial Grand Cru português.

Corte de 45% Tinta Roriz, 25% Touriga Nacional, 15% Castelão, 10% Syrah e 5% Alicante Bouschet, esse rótulo de entrada tem um perfil moderno e fácil de beber. Apresentou uma exuberância de frutas vermelhas, tendendo para as amoras mas, principalmente, morangos e cerejas (deve ser obra da Tinta Roriz/Tempranillo, parecia até um Pinot Noir do novo mundo!), com um sabor doce e frutado muito bem compensado pela acidez e pela boa estrutura tânica. A concentração também impressiona, e o vinho deixa um final longo.

Esse é daqueles rótulos que inspiram confiança com sua estabilidade. Já bebemos safras mais antigas em outras ocasiões: em algumas vezes, ele puxou para um lado mais austero e mineral, em outras, para um floral, e, nesta, para um frutado de perfil moderno. Em todas elas, a alta qualidade é evidente, e muito rara em um vinho de entrada como esse.

Qualquer rótulo da Quinta de Chocapalha é obrigatório numa adega que envolva vinhos portugueses; arriscamos a dizer que é o melhor produtor de tintos da região de Lisboa.



Avaliação Vinhozin: 92 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 90 reais na sua importadora, a Adega Alentejana, em São Paulo.
Preço no exterior: 7 euros na Garrafeira Nacional de Lisboa. Pechincha.

Vale a pena? Vale. Se for pra comprar fora, então, o preço é quase inacreditável pela qualidade que oferece. Não conhecemos nenhum tinto português até 10 euros que apresente tanto.


quarta-feira, 8 de julho de 2015

Catena Malbec 2012





Esse é um velho favorito de quase todo mundo que adora Malbec, seja no Brasil, seja no exterior. Vinho de enorme sucesso comercial, entrega safra após safra um bom custo-benefício e um belo exemplar do que a Catena Zapata pode fazer, mesmo em seus vinhos introdutórios.

O que mais impressiona nesse vinho, comparado com seus pares, é a elegância. Apesar de seu caráter moderno, esse monovarietal não puxa pela madeira, mostrando apenas notas bem integradas de baunilha, e não puxa pelo álcool, tendo apenas 13,5°; as notas doces de geléia de cereja e amora são compensadas por uma acidez refrescante, e na boca ele é concentrado, mostrando uma estrutura tânica de dar inveja a rótulos mais caros.

Apesar de construído para ser apreciado agora, esse é um vinho que pode ser guardado por uns 5-10 anos, sem medo. Tem tudo o que precisa para envelhecer bem.


Avaliação Vinhozin: 91 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Em torno de 90 reais na Mistral.
Preço no exterior: Algo em torno de 18 dólares nos EUA. Na Argentina, depende muito da taxa de inflação.

Vale a pena? Vale. É difícil encontrarmos Malbecs que apresentam tanto por esse preço.

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Quinta do Noval Porto Vintage 2011


A escala americana, "inventada" por Robert Parker há décadas, sempre teve seus críticos. A questão de transformar o vinho em matemática é um argumento válido de seus detratores, mas é inegável a contribuição que ela deu ao mundo no sentido da comparação linear e numérica entre vinhos: nota maior, vinho melhor.

O nosso grande problema com essa escala sempre foi o parâmetro: como definir os 100 pontos, o máximo, a perfeição? Tem muito blogueiro por aí que dá suas notas, todas indubitavelmente honestas e sinceras, baseadas numa comparação entre sua escala pessoal e a escala de algum crítico famoso, seja ele Robert Parker, Jancis Robinson, James Suckling, Marcelo Copello e por aí vai. Mas se o cara nunca provou um vinho que pudesse considerar perfeito, como fazer a ponderação? Só como repeteco das avaliações profissionais? E se esse sujeito vai lá, toma um Romanée-Conti 2012 e acha que esse vinho vale 90 pontos? Toda a escala dele vai ter que ser reconstruída? Esse blog só foi criado quando a gente teve certeza do que era um 100 pontos, um vinho perfeito. Melhor ainda que ele não tenha recebido a nota máxima de nenhum dos críticos citados acima, apesar de ter chegado bem perto.

A Quinta do Noval é o produtor mais lendário de Vinho do Porto, muito por causa do seu ícone, o Quinta do Noval Vintage Nacional, advindo de uma pequena parcela de vinhas velhas não enxertadas. Muitos consideram o Vintage Nacional o maior vinho não-francês do mundo.
A gente teve o prazer de provar não o Nacional, mas o seu irmão menor, o Vintage "regular", numa prova em que também experimentamos o Graham's Vintage e o Taylor's Vintage, todos da safra memorável de 2011. E aí que está o negócio: o Graham's e o Taylor's eram melhores? Eram. Tecnicamente melhores. Mas o Noval foi a grande estrela da noite.

O litoral sul paulista tem uma árvore, cuja espécie nós não sabemos qual é, que exala um cheiro doce muito forte em certos dias do verão: algo entre um floral tropical e um vegetal úmido. Esse cheiro faz parte da nossa memória afetiva: especialmente eu (Bruno) tenho esse cheiro muito bem guardado de todos os verões passados na praia durante a infância, o tempo com a família, os avós, as chuvas no fim da tarde. O Quinta do Noval cheira a isso. Para um crítico que não tenha tido nossa experiência, ele tem um caráter floral e vegetal, com algumas notas minerais e muita fruta. Para a gente, cheira à memória, cheira à infância.

Essa é a definição de um vinho perfeito: tanto gerador como reavivador de memórias. Claro que nesse ínterim ele tem que ser perfeitamente construído, e é: taninos de seda, ultra concentrado, estrutura para durar e se desenvolver por décadas, apresentando as notas olfativas já mencionadas aliadas a uma fruta muito fresca na boca e a um final interminável.

O Graham's é mais sedoso e tem uma complexidade ainda maior no nariz? Sim. O Taylor's tem uma estrutura quase arquitetônica e uma austeridade que lhe confere um caráter mais sério? Sim. Mas esse é o nosso vinho perfeito. Independentemente de quantos Pétrus, Cheval Blanc, Lafite, Romanée-Conti e até mesmo os Noval Vintage Nacional que possam vir por aí ( e tomara que venham mesmo!), ninguém tira a sensação do que foi tomar o Quinta do Noval Porto Vintage 2011.


Avaliação Vinhozin: 100 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Está indisponível na sua importadora, a Adega Alentejana, em São Paulo. Se achar alguma garrafa por aí, deve estar entre 600 e 800 reais.
Preço no exterior: 130 euros na Garrafeira Nacional, em Lisboa.

Vale a pena? Pelo menos uma vez na vida!

domingo, 28 de junho de 2015

Quinta do Vallado Moscatel Galego Branco 2011



A Quinta do Vallado é uma das nossas produtoras favoritas de vinho do Douro, e esse rótulo varietal não decepcionou. A acidez na medida (característica MUITO importante quando tratamos com moscatéis) e o fato de não ter passado por madeira mantêm a leveza desse branco. O vinho tem certa mineralidade e mostra algumas notas florais. Não é o maior exemplar da safra na região, e nem pretende ser, mas é uma bela pedida para um dia de calor.

Avaliação Vinhozin: 88 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: Compramos esse vinho na Wine.com.br por algo em torno de 70 reais, mas agora está indisponível. O St Marché em São Paulo vende os rótulos da Quinta do Vallado, importados pela PPS Importadora.
Preço no exterior: De 8 a 10 euros em Portugal.

Vale a pena? Se esquecermos o fator preço, vale. Porém, alguns bons brancos brasileiros e vinhos verdes portugueses oferecem o mesmo por menos dinheiro.

domingo, 21 de junho de 2015

Château Lanessan 2010



A safra 2010 foi a última grande safra de Bordeaux. Ainda assim, fora dos Grand Crus, é sempre preciso algum cuidado pra não cair em armadilhas. Esse Haut-Médoc, no caso, foi tiro certeiro. Corte bordalês típico, esse vinho de 60% Cabernet Sauvignon, 36% Merlot e 4% Petit Verdot é muito bom.

Só não falamos que nos surpreendemos porque são várias as boas críticas a esse vinho, desde Jancis Robinson a James Suckling. A primeira impressão que ele passa, na abertura da garrafa, é o seu lado floral, talvez rosas. Vinho delicado? A Merlot imprime essa característica mas tome um gole e a Cabernet ataca: taninos sedosos mas super presentes, acidez afiada, muito corpo e concentração! Dela também derivam os traços vegetais e de cedro. Madeira bem integrada, como deve ser em qualquer vinho de verdade que se preze.

Vinho sério, sem firula. Dá pra tomar tranqüilamente agora se você não tem medo de taninos, mas, se puder e tiver paciência, segure por uns 5 anos: não vai se arrepender!

Avaliação Vinhozin: 92 Pontos/ 100 (Escala Americana)

Preço no Brasil: O Lanessan 2008 é vendido na Mistral por 200 reais. Não achamos o preço do Lanessan 2010.
Preço no exterior: US$ 20 na TotalWine.com. Pechincha.

Vale a pena? Se comparar com o preço de alguns Cru Classé no Brasil, vale. Se estiver fora, traga mais que um.

sábado, 20 de junho de 2015

Por que Vinhozin?!

Porque o vinho sofre de um mal terrível: a sua "gourmetização". Vinho é terra, sol, chuva, trabalho e natureza. Chega de frescura! Aqui, a idéia é apenas aproveitar esse alimento no sentido mais intrínseco da palavra, curtindo cada elemento de sua formação e afastando qualquer idéia de sofisticação para valorizar somente o necessário: o líquido que você bebe.

E como esse líquido é bom! As diferentes castas, vertentes, terroirs, safras, numa grande soma que leva ao prazer de desfrutá-lo.

Vamos viver o vinho, ao invés de apenas comprar.

De vinhozin em vinhozin a gente chega lá!!