terça-feira, 28 de junho de 2016
Casa Ermelinda Freitas Trincadeira 2011
Esses rótulos coloridos da Ermelinda Freitas são uma tentação. Ok, todos têm mais ou menos o mesmo gosto, não expressam terroir e tem um estilo "novíssimo mundo" de ser, com muita extração e madeira. Mas são bons.
Esse Trincadeira 2011 foi comprado no Pastorinho da Vila Mariana, em São Paulo, e desde então não achei mais à venda. Monovarietal da casta alentejana, está ainda bem vivo na cor. No olfato, mostra frutas negras em compota, principalmente amoras, e madeira doce mas não enjoativa (os anos na adega lhe fizeram bem, integraram a madeira que faz o vinho ficar bem chato nos seus primeiros anos). Na boca, é bastante cremoso, tem taninos quase imperceptíveis e boa acidez.
Dentro do que esses vinhos se propõem a entregar, é sempre uma boa pedida. Está pronto para ser bebido já!
Avaliação Vinhozin: 89 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Em torno de 60 reais. Importado pela Orion Vinhos.
Preço no exterior: Em torno de 7 euros em Portugal.
Vale a pena? Para quem gosta de vinhos com essas características, vale sim.
terça-feira, 21 de junho de 2016
Bodega Noemía A Lisa 2009
Projeto da condessa Noemi Cinzano (sim, a mesma daquele Cinzano, o vermouth italiano) na Patagônia argentina, a Bodega Noemía em pouquíssimo tempo se tornou um dos mais respeitados produtores argentinos, e o maior nome da Patagônia. Seu topo de Gama, o Noemía, já atingiu status de cult wine, sendo aguardado com ansiedade a cada safra por enófilos ao redor do mundo.
Este A Lisa, porém, não impressiona. Monovarietal de Malbec provindo de vinhas cultivadas biodinamicamente (como todos os vinhos da casa), este vinho da safra de 2009 estava já um pouco oxidado e licorado, claro defeito para um vinho do qual se espera alguma guarda (o problema podia ser seu armazenamento, mas a rolha estava intacta e ele foi comprado direto da importadora). Ainda assim, mostrou notas de chocolate, ervas, cerejas e licor de ginja em equilíbrio. Na boca, seus taninos são imperceptíveis mas ele ainda conserva uma boa acidez.
Um bom vinho, mas nada mais que isso.
Avaliação Vinhozin: 88 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Em torno de 210 reais. Importado pela Vinci.
Preço no exterior: Em torno de 20 dólares nos EUA ou na Argentina.
Vale a pena? Não. Dentro ou fora do país, há varios Malbecs superiores por menos dinheiro.
quinta-feira, 16 de junho de 2016
Marques de Casa Concha Carménère 2013
Voltamos ao Chile, e nada mais natural que voltar diretamente à Concha y Toro.
Na última postagem sobre a vinícola, provamos o Serie Riberas Cabernet Sauvignon 2013. Hoje subimos um degrauzinho (pelo menos, em preço e hierarquia), e provamos um rótulo da série Marques de Casa Concha.
A Carménère é famosa pela sua história de "uva errada no lugar certo". Extremamente sensível à filoxera, foi praticamente dizimada no século XIX na França. Mais de um século depois de sua "extinção", em 1994, o ampelógrafo francês Boursiquot descobriu, no Chile, pés de Carménère cultivadas há décadas como se fossem Merlot. Afinal não só não estava extinta, como adaptou-se perfeitamente ao clima e às condições naturais chilenas.
Esse monovarietal da safra 2013 traz uma boa tipicidade da casta. Bastante novo-mundista, traz muita madeira doce, com notas de baunilha, e frutas vermelhas maduras no olfato (fica no limite de descambar pra uma fruit-bomb, mas não descamba), com um pouquinho da nota vegetal que é atribuída à uva. Os taninos são macios, a acidez é correta, mas o álcool sai um pouco da linha: um pouco menor e o conjunto seria mais harmonioso. Nada, porém, que estrague o ótimo vinho.
Está pronto para beber já!
Avaliação Vinhozin: 90 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Em torno de 130 reais. Importado pela VCT.
Preço no exterior: Em torno de 20 dólares no Chile e nos EUA.
Vale a pena? Não. Dentro da mesma vinícola, o Carménère Serie Riberas é mais barato e tem mais ou menos a mesma qualidade. Engraçado que achamos isso dos rótulos da série Marques: apesar de serem mais caros que a série Riberas, geralmente não são melhores.
sexta-feira, 10 de junho de 2016
Trivento Malbec Reserve 2014
Esse monovarietal de Malbec foi uma pequena decepção. A palavra para ele é mesmo "mono": basicamente uma fraca camada de frutas negras e madeira. Na boca mostra boa acidez e taninos redondos, mas o álcool parecia meio fora de lugar. Não é um vinho ruim, mas é um vinho para o dia a dia, e olhe lá.
O estranho é que nas outras safras ele costumava se comportar bem, com uma fruta muito fresca e gostosa. Esse exemplar não estava oxidado e nem com problemas na rolha; imagino que tenha sido uma garrafa ruim. De qualquer forma, fica aqui a nota.
Avaliação Vinhozin: 82 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Em torno de 40 reais. Importado pela VCT.
Preço no exterior: Em torno de 8 dólares na Argentina e nos EUA.
Vale a pena? Não.
segunda-feira, 6 de junho de 2016
Concha y Toro Gravas Del Maipo Syrah 2014
De volta à Concha y Toro, provamos a novíssima safra de um clássico da casa.
Proveniente das pedregosas (gravas) encostas andinas do Vale do Maipo, esse rótulo é fruto da busca incessante da casa pelo terroir perfeito para cada vinho. A Quinta de Maipo, vinhedo deste rótulo, está para a Syrah como Puente Alto está para a Cabernet Sauvignon chilena.
Monovarietal da casta do Rhône, esse vinho de pouca idade mostra-se ainda muito fechado. Bastante sério, com tempo em taça começou a mostrar uma complexidade fantástica, com notas de sangue, mato seco, amoras e um pouco de ameixa em plena harmonia, fechando com um toque de madeira. Na boca é concentrado, estruturado (quase arquitetônico!), bastante ácido, e termina longo.
Fantástico vinho. Espere pelo menos mais uns 5-10 anos e aproveite.
Avaliação Vinhozin: 93 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Em torno de 400 reais. Importado pela VCT.
Preço no exterior: Em torno de 100 dólares no Chile e nos EUA.
Vale a pena? É caro, mas por um Syrah dessa qualidade vale a pena. É bom ressaltar que, por mais incrível que pareça, o preço que praticam aqui no Brasil é praticamente igual ao praticado fora: só por isso o vinho já tem um grande diferencial positivo.
quarta-feira, 1 de junho de 2016
Angelica Zapata Cabernet Sauvignon Alta 2011
Mais um vinho da Catena Zapata, agora na linha de altitude Angelica Zapata, feita especificamente para o mercado argentino e da qual já bebemos por aqui o impressionante Malbec Alta 2010.
O Cabernet Sauvignon de 2011 não atinge o mesmo patamar de qualidade daquele, mas não deixa de ser muito bom. Austero no nariz, mostra muito cedro, tabaco e as típicas notas de cassis, num perfil bem bordalês. Na boca o vinho se abre e mostra que é mesmo do novo mundo: quente (14% de álcool), mostra frutas vermelhas bem mais doces e uma boa cremosidade. Os taninos estão presentes e bem estruturados, garantindo um bom envelhecimento.
Dê a ele mais uns dois anos de garrafa e ele deve atingir seu auge.
Avaliação Vinhozin: 91 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Em torno de 180 reais. Importado pela Mistral.
Preço no exterior: Em torno de 30 dólares na Argentina.
Vale a pena? Por esse preço, é possível achar Cabernets melhores no vizinho Chile.
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