segunda-feira, 29 de agosto de 2016
Pizzato Reserva Merlot 2012
Da ótima safra de 2012 no Rio Grande do Sul, talvez até melhor que a histórica 2005, chega mais um vinho da Pizzato, vinícola da qual já provamos aqui o Concentus.
Monovarietal de Merlot, o vinho impressiona de cara pelo frescor das frutas vermelhas no ataque, sem carregar na doçura. Mostra também alguma coisa de chocolate e muita tipicidade de casta com ameixa seca e mato seco. Na boca repete o frescor percebido no olfato, com ótima acidez (não consigo me cansar de elogiar a acidez dos vinhos brasileiros) e taninos finos, num conjunto que permite ainda bons anos de evolução.
Amigável mas ao mesmo tempo sério, esse vinho impressionou.
Avaliação Vinhozin: 90 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Em torno de 75 reais.
Vale a pena? Muito. Ótimo custo-benefício.
terça-feira, 23 de agosto de 2016
Tenuta Del Portale Aglianico Del Vulture 2011
O Aglianico del Vulture é a única Denominação de Origem da região de Basilicata, na Itália, e produz vinhos conhecidos como os "Barolos do sul". Monovarietais da antiga casta Aglianico, atingem uma qualidade impressionante para um vinho tão pouco conhecido fora do país, com ótimo custo-benefício.
Esse Tenuta Del Portale 2011 foi uma ótima experiência. Pensamos que fosse estar fechado no início, mas de cara mostrou uma complexidade impressionante: notas frutadas de morangos somavam-se a notas de couro, cravo, eucalipto, pimentão e carvão. A cada 5 minutos ele mostrava um novo lado, como um caleidoscópio que girava a roda de aromas do vinho.
Na boca ele tem corpo médio, é muito tânico (chega até a ser um pouco rústico, lembrando realmente os Barolos jovens) e tem uma fantástica acidez, terminando longo, elegante e gastronômico.
Poucos países fazem vinhos que vão tão bem à mesa quanto a Itália. Este é um deles.
Avaliação Vinhozin: 92 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Não encontramos à venda no país.
Preço no exterior: Em torno de 15 dólares nos EUA e 15 euros na Europa.
Vale a pena? Muito. Pechincha!
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
Quinta da Bacalhôa Cabernet Sauvignon 2007
A Quinta da Bacalhôa é um produtor ímpar em Portugal, no sentido mais estrito da palavra: destaca-se pela qualidade de seus vinhos, mas, principalmente, pelo fato de fazer alguns vinhos à base de castas bordalesas em plena Península de Setúbal, algo não muito comum em um país que se orgulha de suas variedades.
O flagship wine da casa é este Quinta da Bacalhôa Cabernet Sauvignon, apesar do topo de gama ser o Palácio da Bacalhôa. Fomos meio na dúvida ao beber um Cabernet português, mas foi uma bela surpresa.
Com um pequeno halo de evolução que não mostra em nada seus quase 10 anos, o vinho ainda mostra-se muito jovem (vale lembrar que ele ficou guardado esse tempo todo em uma adega não climatizada, o que aumenta a taxa de envelhecimento do vinho). No olfato, poucos provadores às cegas saberiam que esse vinho não é um Médoc: muito bordalês no perfil complexo, mostra cassis, ameixas, mirtilos, caixa de charutos, eucalipto e alguma coisa medicinal. Na boca, a boa acidez e a estrutura tânica excepcional moldam o grande conjunto, garantindo ainda uma boa janela de envelhecimento para o vinho.
Impressionante.
Avaliação Vinhozin: 93 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Em torno de 200 reais. Importado pela Portus.
Preço no exterior: Em torno de 15 euros na Europa e 30 dólares nos EUA. Também está disponível no Dufry Brasil por 37 dólares.
Vale a pena? Para comprar fora, é uma pechincha. Aqui é caro, mas ainda assim é melhor do que muitos vinhos tintos de mesmo preço.
quinta-feira, 11 de agosto de 2016
Masseria Li Veli Passamante 2010
Tínhamos uma boa expectativa em relação a esse vinho, mas ela não foi atendida.
Vinhos do "salto da bota" italiana tendem a mostrar um lado bem maduro de fruta, quase uma coisa novo-mundista de geléia doce, mas com mais acidez e sem tanta madeira. Geralmente são bastante potentes quando jovens, mas não tem estrutura para evoluir por muitos anos. É o que parece que aconteceu com este exemplar.
Monovarietal de Negroamaro, o vinho não mostra mais do que algumas frutas vermelhas frescas, percebidas à custa de muita concentração e paciência. Fora a quase ausência de um componente aromático, na boca tudo parece ter sumido: taninos, acidez e estrutura são quase imperceptíveis.
Se estivesse provando esse vinho em 2020, entenderia o fato dele ter sumido. Mas em 5 anos de garrafa? Muito pouco para qualquer vinho de respeito que não seja um Beaujolais-Noveau (que nem tem tanto respeito assim).
Avaliação Vinhozin: 70 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Em torno de 90 reais. Importado pela Vinci.
Preço no exterior: Em torno de 10 euros na Europa.
Vale a pena? Não.
sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Quinta da Pellada Tinto 2008
Já li uma vez em algum lugar que Álvaro Castro é o Midas do Dão: tudo o que ele toca vira ouro. No caso, ouro líquido.
A Quinta da Pellada é uma propriedade histórica, que ganhou novo significado quando Álvaro começou a fazer seus vinhos ali nos anos 80. De lá para cá, tornou-se o maior nome da região. Esse Quinta da Pellada é o rótulo clássico da propriedade, que tem como topos de gama o Carrocel tinto e o Primus branco.
Corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen e um field blend de dezenas de outras castas, o vinho mostrou-se ainda muito jovem. A impressão inicial é a da madeira, derivada do estágio de 24 meses em carvalho francês: muita baunilha, um pouco de café e manteiga de cacau. Chega a ser enjoativa a quase onipresença da madeira doce.
Com o tempo em taça, porém, ele começa a mostrar uma característica mentolada muito forte, além de camadas de frutas negras (amoras, ameixas e jabuticabas), mato molhado, pinhões e couro, numa complexidade excelente. Na boca tem corpo médio, boa estrutura tânica e ótima acidez, mas a madeira doce volta a predominar.
A impressão geral é a de que esse é um grande vinho que não está pronto. Em mais uns cinco anos a madeira deve se integrar melhor, e então ele deve evoluir bem por mais uma década.
Avaliação Vinhozin: 93 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Em torno de 500 reais. Importado pela Mistral.
Preço no exterior: Em torno de 30 euros na Europa.
Vale a pena? Para comprar fora, sim. Aqui, é extorsão.
terça-feira, 2 de agosto de 2016
Carmen Reserva Syrah 2009
Nada como uma boa surpresa em um vinho que se acha em qualquer canto. A Viña Carmen, fundada em 1850, é a mais antiga vinícola chilena, tendo participado de todas as etapas do desenvolvimento da vitivinicultura no Chile (foi nela, por exemplo, que a a uva Carménère foi "redescoberta"). Hoje é uma das maiores produtoras chilenas, com ampla disseminação no mercado brasileiro.
Esse Reserva de 2009 é um monovarietal de Syrah que impressionou. Com 7 anos, mostrou-se ainda extremamente jovem, escuro, "preto como a noite", como a Jancis Robinson chama a Syrah. O vinho mostra bastante tipicidade de casta, com as frutas negras (amoras e jabuticabas) sobressaindo, além de notas animais, chocolate e alguma coisa de canela. Na boca é bastante espesso, denso, com taninos macios e acidez correta.
Um ótimo vinho, pronto para ser bebido.
Avaliação Vinhozin: 90 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Em torno de 90 reais. Importado pela Vinci.
Preço no exterior: Em torno de 15 dólares.
Vale a pena? Vale. Bom custo-benefício.
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