sexta-feira, 5 de agosto de 2016
Quinta da Pellada Tinto 2008
Já li uma vez em algum lugar que Álvaro Castro é o Midas do Dão: tudo o que ele toca vira ouro. No caso, ouro líquido.
A Quinta da Pellada é uma propriedade histórica, que ganhou novo significado quando Álvaro começou a fazer seus vinhos ali nos anos 80. De lá para cá, tornou-se o maior nome da região. Esse Quinta da Pellada é o rótulo clássico da propriedade, que tem como topos de gama o Carrocel tinto e o Primus branco.
Corte de Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen e um field blend de dezenas de outras castas, o vinho mostrou-se ainda muito jovem. A impressão inicial é a da madeira, derivada do estágio de 24 meses em carvalho francês: muita baunilha, um pouco de café e manteiga de cacau. Chega a ser enjoativa a quase onipresença da madeira doce.
Com o tempo em taça, porém, ele começa a mostrar uma característica mentolada muito forte, além de camadas de frutas negras (amoras, ameixas e jabuticabas), mato molhado, pinhões e couro, numa complexidade excelente. Na boca tem corpo médio, boa estrutura tânica e ótima acidez, mas a madeira doce volta a predominar.
A impressão geral é a de que esse é um grande vinho que não está pronto. Em mais uns cinco anos a madeira deve se integrar melhor, e então ele deve evoluir bem por mais uma década.
Avaliação Vinhozin: 93 Pontos/ 100 (Escala Americana)
Preço no Brasil: Em torno de 500 reais. Importado pela Mistral.
Preço no exterior: Em torno de 30 euros na Europa.
Vale a pena? Para comprar fora, sim. Aqui, é extorsão.
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